[Resenha] Depois do que aconteceu – Juliana Parrini

9 de dez. de 2015
Depois do que aconteceu  – Juliana Parrini
Editora: Suma de Letras
ISBN: 9788581053004
Ano: 2015
Páginas: 344
Classificação: 
Página do Skoob
O vazio deixado por Alex está sempre comigo, e isso é bom, porque essa dor me dá a certeza de que a sua existência em minha vida foi real. E o mais difícil nessa batalha que se estende dia após dia é ficar longe de quem você mais queria estar perto." Isabel passou o último ano fugindo. Depois do que aconteceu, a jovem não acredita que conseguirá ser feliz novamente. O que ela não esperava era que o destino colocaria Daniel Clark em seu caminho. A atração entre os dois é imediata e irreversível: ao voltar para casa, a carioca Isabel não será capaz de esquecer os encantadores olhos azuis daquele cara que conheceu por acaso em plena avenida Paulista. A partir desse dia, a tristeza de Isabel perde espaço para uma paixão que mudará a sua vida. Ficar presa ao passado vale mesmo a pena? Ou é preciso seguir em frente e dar uma segunda chance ao amor?
Resenha por Carlos Cavalcanti:
Quase nunca eu me permito ler romances porque 1- eu acho piegas e 2- não faz meu estilo. Mas aí esse livro chegou e eu estou mesmo querendo ler escritores brasileiros e, por que não? Só posso dizer que é incrível! Não sei se foi tanto por eu ter me identificado um pouco (muito) com o enredo e alguns aspectos dos personagens e ter relacionado isso quase que diretamente a meu relacionamento ou se foi ao fato de parecer tudo tão real mesmo que eu acabei tendo essa impressão.

Isabel é uma fotógrafa bem-sucedida na vida (será?) que tenta se recuperar de uma tragédia que aconteceu no passado. A história se passa um ano depois do que aconteceu e, para o leitor, fica essa agonia, o que foi que aconteceu? As primeiras pistas são: ela tinha um relacionamento de 13 anos com o Alex, o amor da vida dela, (eu meio que discordo com isso de “amor da vida” porque tem gente que acaba encontrando vários amores da vida várias vezes, então como lidar?), esse relacionamento com o Alex acabou de uma forma trágica e desoladora na vida da Bel. Será que ele morreu? Será que ele deixou ela? Será que abandonou ela no altar? Fiquei me perguntando enquanto começava a ler o livro. Lá pelo meio, acrescentei outras dúvidas e a autora foi feliz em me surpreender. Muito feliz.

Durante esse último ano suas amigas, Lúcia e Luana, tentam de tudo fazer com que ela mude o humor e “volte à vida”, até que um dia as tentativas meio que dão certo e tudo começa a mudar. Ela esbarra com um cara (o sonho de consumo de muitas, ou muitos) que acaba quebrando sua câmera e para compensar a convida para sair e entregar uma câmera novinha (rico, não?). A partir daí o palco dessa história está formado: muitas brigas, desentendimentos, mentiras, surpresas, revelações vão acontecer durante a leitura. E cada coisinha que acontece deixa o leitor com mais vontade de terminar a leitura logo.

O livro é muito bem dividido, a história vai e volta do presente pro passado e o leitor consegue identificar bem as memórias da Bel. Os capítulos não são grandes e podem ser lidos rapidamente, e mesmo que você pare a leitura um pouco, quando retomar o capítulo vai saber exatamente o que estava acontecendo até então.

Minha única crítica, e talvez aí entre um pouco de machismo, é que, pelo que vejo tanto na língua falada quanto em muitos textos escritos, os homens normalmente agradecem com um “obrigado” enquanto as mulheres com um “obrigada”, mas no livro eu até acharia que seria um artifício para falar dessa questão da igualdade porque tanto homens quanto mulheres usam o “obrigada” para agradecer, mas em algumas páginas isso muda, é o “obrigado” que se utiliza, daí me deixou confuso e achei que foi algo que passou despercebido na revisão. De qualquer forma, machista ou não, formal ou não, isso não prejudica o conteúdo do livro já que cada um lê da forma como acha melhor.

Só para concluir e fazer um adendo, eu meio que tinha um preconceito por esses autores nacionais “novos” (até hoje em dia tento e tento e não consigo gostar da literatura brasileira anterior ao modernismo), por isso me vi nesse desafio de conhecer um pouco mais, e posso indicar a leitura desse livro certamente, porque ele vai causar muita curiosidade para saber tanto o que aconteceu quanto o que vai acontecer a partir da leitura da última página.


Carlos Cavalcanti, graduando em Letras (Português e Inglês) pela UFRPE, tem 20 anos e uma idade mental de pelo menos uns 800, com muito exagero. É apaixonado por livros e leitura e ainda sonha em escrever, ou quem sabe traduzir, algum romance (que não seja piegas). Gosta, sobretudo, de distopias, ficções, fantasias, suspenses e todas as leituras que prendem o leitor da primeira à última página do livro. 

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